30 de set. de 2009

...que atire a primeira pedra!


Abrirei este post com uma citação do Leonardo Boff, em seu livro “A Águia e a Galinha”:

“Todo ponto de vista é a vista de um ponto”

Dia desses recebi um e-mail de um amigo, que continha uma série de fotografias de um casal amigo seu, o qual objetivava-me apresentá-los.

Pois bem, as fotos registram o casal junto a um grupo de pessoas, que chamarei de jeepeiros, pessoas possuidoras de veículos off-road.

Nas fotos, que não eram poucas, via-se um bando de jeeps, parados ou andando no meio do pasto, nas matas, atravessando riachos, atolados, enfim, demonstrando uma situação dificultosa que aquelas pessoas foram ali deliberadamente enfrentar sob um sol abrasador e, ao que me parece, sem um destino definido.

Confesso que fiquei parado por um tempo, pasmo e buscando uma justificativa que levasse aquelas pessoas a agirem daquela forma. Achei um absurdo. Fiquei um tempo maior olhando uma foto que registra, ao longe, um bando de jeeps parados num pasto em declive, parecendo gado pastando.

Diante do impacto daquela visão, que a princípio achei ser de uma atitude insana daquelas pessoas, lembrei de minha paixão: corrida de rua.

Refleti. Com toda certeza, incontáveis pessoas acham uma loucura sair correndo por aí, nas ruas. Eu mesmo, confesso que às vezes quando participo de uma prova e é dada a largada, questiono a sanidade daquele ato, mas logo o prazer suplanta a dúvida.

Lembrei do meu amigo que me enviou o e-mail. Sua paixão é bicicleta. Cerca de quatro vezes por semana ele e outros saem como loucos por estrada de terra, pastos, alagados, debaixo de um sol extenuante, enfrentando situações inóspitas. Para ele isso é normal e aprazível. Até imagino o que ele pensa de corrida e dos jeepeiros.

E os Jeepeiros, será o que pensam sobre corrida e ciclismo? Não será novidade se abominarem essas práticas.

Amainado o impacto das fotos, com serenidade, pude perceber as diversidades de interesses, e entender a individualidade.

Assim sendo, não estaremos fazendo nada de extraordinário em aceitar as pessoas em suas diversidades, fazendo livremente o que gostam e o que lhes pareçam importantes, porém, desde que brote do seu âmago e não imposto por modismos, igrejas, televisão, ou qualquer meio ditador de “vontades”, que na verdade subtraem a substância do ser humano.

Quem estiver absolutamente correto em seu ponto de vista, que atire a primeira pedra.

Um comentário:

Unknown disse...

Diz- se que quando Jesus tentou salvar a prostituta do apedrejamento, proferiu a famosa frase "aquele que não tiver pecados, que atire a primeira pedra" Ato contínuo a prostituta foi atingida por uma pedrada na cabeça, a que Jesus de pronto interviu.."Ô mãe, a senhora não vale..!!!"