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A cada dia mais se preconiza a milenar prática da meditação com várias finalidades, mas pouco se esclarece sobre a sua essência e como fazer acontecer.
Talvez devido à simplicidade deste ato acaba por se tornar extremamente complicado, pois estamos tão acostumados com complexidades, que não acreditamos naquilo que é simples e de fácil alcance.
A essência da meditação é uma “não mente”, assim, equivocadamente muitas pessoas ensinam que o ato de meditar é frear os pensamentos, ou seja, parar de pensar, o que na verdade é impossível.
Não há como parar o fluxo de pensamento. Esta não é uma afirmação minha, mas da ciência. Pensamos o tempo todo e vários pensamentos ao mesmo tempo e às vezes até alguns que não damos conta de que estão permeando nossa mente.
Assim, meditar não é parar os pensamentos, por ser impossível, mas sim abstrair deles, não deixar que interfiram em você no momento da prática.
Certamente esta afirmação de que meditação é a ausência do pensamento, nasceu de pessoas que, por um domínio total da técnica, nem percebem que estão pensando, assim acham que os pensamentos não estão presentes, o que é um equívoco.
Meditação não é concentração, é abstração, é entrega a um estado de abandono, desapego a tudo. É permanecer por um tempo intato pelo mundo, em contato com a sua verdadeira essência, isento de interferências internas e externas.
A despeito dos pensamentos estarem intimamente ligado ao nosso âmago, na verdade são reproduções e frutos de situações, fatos e impressões externas.
Quando estamos concentrados em algo, não percebemos o que ocorre à nossa volta, o que demonstra ser possível esta abstração buscada na meditação.
Quando meditamos, vamos muito além da concentração, pois há uma abstração total o que faz com que não percebamos o que ocorre à nossa volta ou em nosso interior.
Concentração é foco e meditação é um abandono total, uma abstração ao extremo, sem um foco específico, embora existam algumas técnicas nas quais para iniciar utiliza-se algum elemento para direcionar a atenção, como a respiração, o que logo é deixado de lado espontaneamente assim que começa a dominar a prática.
Acredito que muitas pessoas gostariam de meditar. Tentam, tentam, tentam... não conseguem e então deixam a prática sem mesmo ter experimentado a agradável sensação que ela proporciona.
Isso ocorre devido à ansiedade gerada pela tentativa de barrar os pensamentos e não conseguir, o que só faz gerar mais pensamento, então o iniciante acredita que não tem dom, capacidade, potencial espiritual para esta empreitada e a abandona sem mesmo ter iniciado e isso se dá devido à má orientação que está preconizando o impossível.
Meditar não depende de dom, aptidão, alguma capacidade especial e tão pouco de potencial espiritual. Cuida-se de uma prática, isenta de credos religiosos, que qualquer um está apto, desde que tenha interesse e persista.
Assim convido vocês a experimentarem essa sensação, que proporcionará um encontro com sua verdadeira essência, isento de interferências de qualquer natureza o que irá gerar um fortalecimento do ego propiciando uma melhor capacidade para enfrentar as mazelas do dia-a-dia.
É tão forte e intensa a sensação experimentada, que pouco tempo de prática diária será suficiente para haver uma mudança interna que refletirá positivamente na vida externa.
Boa experiência!
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