31 de out. de 2009

A JORNADA SOLITÁRIA DE UM MARINHEIRO EM BUSCA DE SI MESMO

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Durante uma boa parte da minha vida, tive uma identificação muito grande com o elemento água, com o mar, com questões náuticas, como windsurf e com o barco monotipo laser, inclusive esse último compartilhado com o Nelson (otorrino), velho amigo distante, tendo-nos vividos agradáveis momentos embarcados neste pequeno veleiro. Ainda imbuído neste sentimento de marinheiro escrevi este poema, que data de 27/06/02.

Mundo sem fim
Águas verde azuladas intermináveis
Ao longe o intangível horizonte
Para cima e para baixo intercalam
Água, céu, água, céu, água, céu...
Timão firme
Vento na genoa
Arriba a proa
Escorre o suor, salgado como o mar
Ao longe saltita um golfinho, vários agora
Tudo maravilhoso ao redor
No coração do velho Marinheiro
Bate uma dor descompassada
Seguir sempre em frente
Buscando sem saber o que
Na ânsia de se encontrar
Singra adiante, sem parar
Em volta um grande vazio
Mas que aparenta estar todo preenchido
Há milhas sem qualquer pessoa
Solidão total
Há tempos com uma grande interrogação
Dúvida maior não há
Continua a jornada.
Já passou a infância...
Há muito se foi a juventude...
Ficou para trás a maturidade...
Agora só resta a longa barba alva
E os escassos cabelos grisalhos
Mesmo assim, não cessou a busca
Já não resta muita incitação,
Só um grande temor por não conseguir...
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2 comentários:

Unknown disse...

Ildeu,
estou sentindo que logo, logo você poderá publicar um livro de poesias e dos bons.
Abraços, Célia.

Ildeu Guimarãres Mendes disse...

É só dar vazão ao sentimento que fica fácil escrever. Já tentei por várias vezes viabilizar a edição de um livro, nem que fosse de receitas (não cozinho nada) rsrsrs..., mas ainda não aconteceu. Talvez não chegou a hora. Resta saber se vai chegar, pq o tempo “ruge” como dizia meu pandego colega Ademir, infelizmente falecido de forma trágica.