12 de nov. de 2009

Vamos dar um basta ao gerundismo?

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Hoje conversando com uma pessoa me incomodou sobremaneira o seu uso excessivo desse horroroso vício de linguagem que é o gerundismo. Parecia que até substantivo ela colocava no gerúndio. Era, vou estar fazendo pra cá, vou estar comprando pra lá, vou estar telefonando, vou estar chamando e por ai vai. E meu sangue quase que ia “estar talhando” de raiva.

Ora, em português, não se coloca no gerúndio um verbo precedido de outro no infinitivo, para expressar futuro, portanto, as expressões acima deveriam ser “vou fazer”, vou comprar, vou telefonar, vou chamar. Para que inventar se existe uma forma muito mais simples e correta de se expressar, ainda mais considerando os inúmeros recursos lingüísticos de nosso idioma para a flexão verbal.

A razão deste péssimo hábito de linguagem estar se alastrando (aqui não é gerundismo, pois está indicando uma situação presente) cada vez mais, a meu ver, tem duas origens: primeiramente oriunda de traduções mal feitas do inglês, como do tempo verbal “present perfect” que diz “I am going” dentre outros e, segundo, devido a necessidade que o ser humano tem de parecer diferente, de chamar a atenção para si.

Quem usa o gerundismo, pode ter ouvido ou lido uma tradução equivocada, achou bonito e sem saber que aquilo não se aplica ao português, passou a utilizá-lo por ignorância, achando que está sendo o supra-sumo da linguística (agora sem trema).

Entendo que este problema tem mais ligação com o âmbito comportamental do que com o linguístico.

Situação semelhante ocorre com a palavra “ioga”, quando equivocadamente as pessoas a pronunciam com o “o” fechado. Em um próximo post, a pedido, abordarei tal palavra.

Assim, não é aconselhável complicarmos, pois corremos o risco de errar. O bom senso orienta a primar pela simplicidade. Vamos preservar nossa língua livre de vícios desta natureza, que tudo ficará mais bonito, harmonioso e fácil.

Quem muito inventa para "abafar", acaba por incorrer no ridículo.
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2 comentários:

Unknown disse...

Boa abordagem!!! De fato, qualquer pessoa minimamente instruída se angustia frente as asneiras que se ve por aí...
Minha humilde contribuição:
*A nível de....
*Enquanto, usado no lugar de como...
*Década de 1990...

E por aí vai.....

Ótimo nível das produções!!!

Ildeu Guimarãres Mendes disse...

Realmente tem muita coisa esdrúxula por aí.
Quanto à "década de 1990", entendo que a partir da virada de século esta forma passou a ser aceitável e até recomendável para evitar confusão, já que poderia suscitar dúvida quanto a qual século pertenceria a década mencionada.
Em face disso eu até já fiz uma citação desta forma, aqui no Blog, para evitar dúvida e é o que tenho observado na grande imprensa.